Resumo Os sistemas de produções de arroz (Oryza sativa L.) irrigado, pré-germinado ocupam uma superfície de aproximadamente 100 mil hectares, cultivados anualmente no Estado do Rio Grande do Sul, principalmente em áreas com deficiência de drenagem e com infestação de plantas competidoras, fundamentalmente o arroz vermelho (Oryza sativa L.). Esse sistema constitui a principal tecnologia para o cultivo de arroz de base ecológica, através do preparo do solo e do manejo da água nos quadros cultivados. Não obstante, a retirada da água dos quadros, especificamente após semeadura, tem implicações agronômicas e ambientais de destaque. A perda de nutrientes e a qualidade física e química da água drenada têm sido questionadas por instituições públicas, ambientais e de pesquisa. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes formas de preparo do solo, assim como o tempo de permanência da água nos quadros de arroz irrigado pré-germinado. O experimento foi conduzido no município de Viamão - RS. Foram utilizados dois tipos de implementos para preparo do solo, associados a quatro tempos de drenagem dos quadros após a semeadura. Os resultados indicaram que os atributos mais limitantes em relação à qualidade da água, foram a turbidez, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e os teores de fósforo, que chegaram a 1800 UNT, 115 mg L-1 e 1,6 mg L-1, respectivamente. A turbidez, assim como as concentrações de P e DBO, apresentaram-se superiores ao limite legal em todos os tratamentos avaliados. Devido o envolvimento da água no preparo do solo, sua qualidade foi imprópria para o descarte diretamente nos cursos hídricos, independentemente do implemento utilizado e dos diferentes períodos de decantação avaliados. Dessa forma, uma alternativa é a utilização dessas águas imediatamente em áreas de produção com arroz em estágios mais avançados de desenvolvimento. As lavouras de arroz pré-germinado, sobretudo nas produções de base ecológica, demandam uma adequação do sistema ao estabelecido pela legislação, contribuindo também para evitar perdas de nutrientes e a consequente redução da fertilidade dos solos.

Abstract Irrigated rice (Oriza sativa L.) pre-germinated production systems occupy approximately 100 thousand ha, annually cultivated in Rio Grande do Sul State, mainly in poorly drained areas, and with infestation of competing plants, especially red rice (Oriza sativa L.). This system constitutes the main technologic resource for rice crops produced on an ecological basis, by means of soil tillage and water management. Despite this, water outlets, specifically after seeding, have outstanding agronomic and environmental implications. Loss of nutrients and the physical and chemical quality of drained water have been questioned by public research and environmental institutions. This work evaluated the effects of different soil tillage systems and retention time of water in irrigated rice frames. The experiment was conducted in Viamão town, Rio Grande do Sul State. Two different soil tillage systems and four different times of frame drainage after seeding were investigated. Results showed that the main limiting attributes of water quality were turbidity, biochemical oxygen demand (BOD) and phosphorus (P) content, reaching 1800 TNU, 115 mg L-1, and 1.6 mg L-1, respectively. These attributes showed values higher than established environmental thresholds. Water quality was inappropriate to discharge directly into water courses, regardless of treatments.An alternative is the immediate placement in rice production areas, in more advanced development stages of plants. Pre-germinated rice crops require a system framework to avoid nutrient loss and consequent reduction of soil fertility.

ABSTRACT This paper aims to discuss the impact of the introduction of pastures and grazing animals in agricultural systems. For the purposes of this manuscript, we focus on within-farm integrated crop-livestock systems (ICLS), typical of Southern Brazil. These ICLS are designed to create and enhance the synergisms and emergent properties have arisen from agricultural areas where livestock activities are integrated with crops. We show that the introduction of the crop component will affect less the preceding condition than the introduction of the livestock component. While the introduction of crops in pastoral systems represents increasing diversity of the plant component, the introduction of animals would represent the entry of new flows and interactions within the system. Thus, given the new complexity levels achieved from the introduction of grazing, the probability of arising emergent properties is theoretically much higher. However, grazing management is vital in determining the success or failure of such initiative. The grazing intensity practiced during the pasture phase would affect the canopy structure and the forage availability to animals. In adequate and moderate grazing intensities, it is possible to affirm that livestock combined with crops (ICLS) has a potential positive impact. As important as the improvements that grazing animals can generate to the soil-plant components, the economic resilience remarkably increases when pasture rotations are introduced compared with purely agriculture systems, particularly in climate-risk situations. Thus, the integration of the pastoral component can enhance the sustainable intensification of food production, but it modifies simple, pure agricultural systems into more complex and knowledge-demanding production systems.